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Senegal: Macky Sall felicita "o vencedor" Diomaye Faye

O Presidente cessante do Senegal, Macky Sall, felicitou, esta segunda-feira, Bassirou Diomaye Faye que descreveu como "o vencedor" das presidenciais. Em comunicado, também o ex-primeiro-ministro, Amadou Ba, felicitou Diomaye Faye "pela sua vitória logo à primeira volta”. A comissão eleitoral tem até sexta-feira para publicar os resultados provisórios, antes da sua validação pelo Conselho Constitucional.

Mesa de voto em Ziguinchor, Senegal. 24 de Março de 2024.
Mesa de voto em Ziguinchor, Senegal. 24 de Março de 2024. AFP - MUHAMADOU BITTAYE
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O Presidente cessante do Senegal, Macky Sall, felicitou o opositor anti-sistema Bassirou Diomaye Faye pela sua vitória na primeira volta das eleições presidenciais deste domingo. Na rede social X, Macky Sall, que não pôde concorrer a um terceiro mandato, saudou "o bom andamento da eleição” e felicitou "o vencedor, o senhor Bassirou Diomaye Faye, que as projeções indicam como vencedor”. “É a vitória da democracia senegalesa”, acrescentou.

A comissão eleitoral do Senegal tem até sexta-feira para publicar os resultados, mas o ex-primeiro-ministro e candidato da coligação no poder, Amadou Ba, emitiu, também, esta segunda-feira, um comunicado a felicitar o adversário. No documento, Amadou Ba diz que felicita “o Presidente Bassirou Diomaye Diakhar Faye pela sua vitória logo à primeira volta”, “tendo em conta as projeções dos resultados das eleições presidenciais” e enquanto aguarda a proclamação oficial. O porta-voz do governo, Abdou Karim Fofana, acrescentou que Amadou Ba telefonou a Diomaye Faye para o felicitar. 

Vários candidatos já tinham dado os parabéns a Bassirou Diomaye Faye e houve festejos dos seus apoiantes na capital.

A confirmar-se a vitória de Bassirou Diomaye Faye, o candidato de 44 anos poderá ser o mais jovem Presidente do Senegal. Ele foi a escolha do partido do líder da oposição Ousmane Sonko, impossibilitado de concorrer e que viu o partido ilegalizado em meados do ano passado pelo regime do Presidente Macky Sall. Ousmane Sonko foi condenado, no último ano, por um crime sexual, incitamento à insurreição, associação criminosa no âmbito de um projecto terrorista e atentado à segurança do Estado. Por sua vez, Diomaye Faye foi indiciado e preso, em Abril do ano passado, por desacato em tribunal, difamação e actos susceptíveis de comprometer a paz pública, após a divulgação de uma mensagem crítica contra a justiça no caso de Ousmane Sonko. 

Sonko e Faye estiveram detidos até há pouco mais de duas semanas, tendo sido libertados depois da amnistia assinada por Macky Sall, após o Conselho Constitucional ter impedido o adiamento destas eleições para Dezembro.

Bassirou Diomaye Faye apresentou-se como uma figura antissistema, “o candidato da mudança”, com uma retórica soberanista e pan-africanista, com declarações contra o que chamou de "máfia do Estado", contra as multinacionais e o domínio económico e político que considera ser exercido pela antiga potência colonial, a França. Ele prometeu combater a corrupção, distribuir melhor a riqueza e renegociar contratos de mineração, gás e petróleo celebrados com empresas estrangeiras.

As eleições também acompanhadas com atenção a nível regional e internacional já que o Senegal é considerado como um dos países mais estáveis da África ocidental, abalada por golpes militares. Porém, essa vitrina democrática foi manchada nos últimos três anos devido ao braço-de-ferro entre Ousmane Sonko e o poder, conjugado com a tensão social e o suspense mantido pelo Presidente Macky Sall sobre a sua candidatura a um terceiro mandato. Em três anos, houve dezenas de mortos em protestos e centenas de detenções.

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