Senegal: Macky Sall felicita "o vencedor" Diomaye Faye
O Presidente cessante do Senegal, Macky Sall, felicitou, esta segunda-feira, Bassirou Diomaye Faye que descreveu como "o vencedor" das presidenciais. Em comunicado, também o ex-primeiro-ministro, Amadou Ba, felicitou Diomaye Faye "pela sua vitória logo à primeira volta”. A comissão eleitoral tem até sexta-feira para publicar os resultados provisórios, antes da sua validação pelo Conselho Constitucional.
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O Presidente cessante do Senegal, Macky Sall, felicitou o opositor anti-sistema Bassirou Diomaye Faye pela sua vitória na primeira volta das eleições presidenciais deste domingo. Na rede social X, Macky Sall, que não pôde concorrer a um terceiro mandato, saudou "o bom andamento da eleição” e felicitou "o vencedor, o senhor Bassirou Diomaye Faye, que as projeções indicam como vencedor”. “É a vitória da democracia senegalesa”, acrescentou.
A comissão eleitoral do Senegal tem até sexta-feira para publicar os resultados, mas o ex-primeiro-ministro e candidato da coligação no poder, Amadou Ba, emitiu, também, esta segunda-feira, um comunicado a felicitar o adversário. No documento, Amadou Ba diz que felicita “o Presidente Bassirou Diomaye Diakhar Faye pela sua vitória logo à primeira volta”, “tendo em conta as projeções dos resultados das eleições presidenciais” e enquanto aguarda a proclamação oficial. O porta-voz do governo, Abdou Karim Fofana, acrescentou que Amadou Ba telefonou a Diomaye Faye para o felicitar.
Vários candidatos já tinham dado os parabéns a Bassirou Diomaye Faye e houve festejos dos seus apoiantes na capital.
A confirmar-se a vitória de Bassirou Diomaye Faye, o candidato de 44 anos poderá ser o mais jovem Presidente do Senegal. Ele foi a escolha do partido do líder da oposição Ousmane Sonko, impossibilitado de concorrer e que viu o partido ilegalizado em meados do ano passado pelo regime do Presidente Macky Sall. Ousmane Sonko foi condenado, no último ano, por um crime sexual, incitamento à insurreição, associação criminosa no âmbito de um projecto terrorista e atentado à segurança do Estado. Por sua vez, Diomaye Faye foi indiciado e preso, em Abril do ano passado, por desacato em tribunal, difamação e actos susceptíveis de comprometer a paz pública, após a divulgação de uma mensagem crítica contra a justiça no caso de Ousmane Sonko.
Sonko e Faye estiveram detidos até há pouco mais de duas semanas, tendo sido libertados depois da amnistia assinada por Macky Sall, após o Conselho Constitucional ter impedido o adiamento destas eleições para Dezembro.
Bassirou Diomaye Faye apresentou-se como uma figura antissistema, “o candidato da mudança”, com uma retórica soberanista e pan-africanista, com declarações contra o que chamou de "máfia do Estado", contra as multinacionais e o domínio económico e político que considera ser exercido pela antiga potência colonial, a França. Ele prometeu combater a corrupção, distribuir melhor a riqueza e renegociar contratos de mineração, gás e petróleo celebrados com empresas estrangeiras.
As eleições também acompanhadas com atenção a nível regional e internacional já que o Senegal é considerado como um dos países mais estáveis da África ocidental, abalada por golpes militares. Porém, essa vitrina democrática foi manchada nos últimos três anos devido ao braço-de-ferro entre Ousmane Sonko e o poder, conjugado com a tensão social e o suspense mantido pelo Presidente Macky Sall sobre a sua candidatura a um terceiro mandato. Em três anos, houve dezenas de mortos em protestos e centenas de detenções.
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