Acesso ao principal conteúdo
RDC

Presidente da RDC: "Uma guerra com o Ruanda é possível"

Uma guerra entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda "é possível", avisou nesta sexta-feira o Presidente congolês Felix Tshisekedi em entrevista ao jornal francês ‘Le Figaro’, numa altura em que o leste da RDC tem sido palco há largos meses de violentos combates entre as forças governamentais e os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda.

Presidente Felix Tshisekedi, em Paris no dia 30 de Abril de 2024.
Presidente Felix Tshisekedi, em Paris no dia 30 de Abril de 2024. AFP - CHRISTOPHE ENA
Publicidade

"Claro, uma guerra é possível, não o escondo", declarou Felix Tshisekedi, que no início da semana efectuou uma visita oficial em França.

"Este país, que é nosso vizinho, viola o nosso território para pilhar os nossos recursos minerais e aterrorizar as nossas populações", disse o chefe de Estado congolês reiterando denúncias que faz há largos meses. Paralelamente, Felix Tshisekedi não deixou igualmente de denunciar "a inércia da comunidade internacional" a quem Kinshasa reclama sanções contra o Ruanda.

"Quero adiar esta eventualidade (a guerra) ao máximo, pois prefiro usar toda a nossa energia e as nossas riquezas em benefício do desenvolvimento dos 145 territórios da RDC do que no esforço militar", acrescentou ainda Tshisekedi que ao ser questionado sobre a possibilidade de abrir conversações com o seu homólogo ruandês, recordou que a mediação angolana está a trabalhar nesse sentido e que as delegações das partes adversas devem avistar-se nos próximos dias em Luanda.

"Eu peço uma coisa simples: que o Ruanda retire as suas tropas do território congolês", concluiu o Presidente Congolês dirigindo-se às autoridades ruandesas.

Muito embora Kigali desminta o seu envolvimento nas violências no leste da RDC, a ONU e certos países, nomeadamente a França e os Estados Unidos, acusam o Ruanda de apoiar os rebeldes dos M23.

Ainda nesta sexta-feira, as autoridades locais dão conta de pelo menos nove mortos num bombardeamento contra um campo de deslocados na periferia de Goma, capital do Norte-Kivu, no leste da RDC, epicentro dos ataques dos M23.

Também hoje, um tribunal militar em Goma condenou à morte oito militares congoleses, incluindo cinco oficiais, por "cobardia" e "fuga perante o inimigo" no norte-Kivu.

Desde 2021, o movimento M23 retomou a luta armada após anos de relativo silêncio e veio juntar-se aos inúmeros outros grupos que semeiam o terror naquela região rica em recursos minerais que faz fronteira entre o Congo Democrático e o Ruanda.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.