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Sérvia

Protestos pós-eleitorais em Belgrado vistos por Moscovo como tendo mão ocidental

Na Sérvia, manifestantes bloquearam ontem à noite as artérias de Belgrado, a capital, para protestar contra alegadas fraudes eleitorais nas legislativas do passado dia 17 de Dezembro, nas quais a vitória foi atribuída ao partido ao partido nacionalista e pro-russo do presidente Aleksandar Vucic. Este último acusou o ocidente de estar a tentar "desestabilizar" o seu país.

Apoiantes da oposição, na manifestação de protesto contra os resultados eleitorais em Belgrado,na noite de 25 de Dezembro de 2023.
Apoiantes da oposição, na manifestação de protesto contra os resultados eleitorais em Belgrado,na noite de 25 de Dezembro de 2023. AFP - ANDREJ ISAKOVIC
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Belgrado tornou ontem à noite a ser palco de protestos da oposição contra os resultados das legislativas do dia 17 de Dezembro marcadas por suspeitas de fraude. Esta nova noite de manifestações segue-se a violências registadas no domingo com um balanço de oito polícias feridos e pelo menos 35 detenções.

Uma situação condenada pelo Presidente sérvio Aleksandar Vucic que afirmou ter provas de que tinha sido "fomentada no estrangeiro". No mesmo sentido, o principal aliado de Belgrado, a Rússia, também considerou que "o Ocidente, no seu conjunto, está a tentar desestabilizar a situação" na Sérvia.

Nas legislativas do passado dia 17 de Dezembro, o partido nacionalista de Aleksandar Vucic alcançou mais de metade dos 250 assentos do parlamento. Contudo, a maior coligação de oposição, 'A Sérvia contra a violência', denunciou, no dia seguinte, fraudes eleitorais, esta entidade apontando nomeadamente que sérvios da Bósnia teriam tido a possibilidade de votar ilegalmente na capital.

Perante estas alegações, a União Europeia e a Alemanha não deixaram de reagir, Berlim qualificando-as de "inaceitáveis" para um país que pretende aderir à União Europeia.

Chegado ao poder como Primeiro-ministro em 2014 e eleito Presidente em 2017, Aleksandar Vucic, tem tentado manter um equilíbrio nos laços com o Leste e o Ocidente, ao promover a adesão do seu país à União Europeia e ao manter-se também muito próximo da Rússia, sem deixar de parte a China e Washington.

Este equilíbrio tem vindo, todavia, a fissurar-se com a invasão da Ucrânia pela Rússia em Fevereiro de 2022. Contrariamente à União Europeia, Belgrado nunca aplicou sanções contra a Rússia, de onde continua a importar gás. Belgrado e Moscovo também nunca reconheceram a independência do Kosovo, antiga província sérvia que se proclamou independente em 2008, na sequência de uma campanha de bombardeamentos aéreos da NATO destinada a pôr termo à repressão sérvia contra os albaneses kosovares.

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