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Brasil

Brasil ainda a sarar feridas, 1 ano após o regresso de Lula

Rio de Janeiro – Lula da Silva tomou posse há precisamente um ano, a 1 de Janeiro de 2023, após eleições tensas e um resultado contestado pelo antecessor, Jair Bolsonaro. A tentativa de golpe a 8 de Janeiro foi o momento cimeiro da divisão dos brasileiros. A correspondente da RFI no Rio de Janeiro Sarah Cozzolino tentou conferir em que estado se encontra a socieade, volvido um ano.

Luiz Inácio Lula da Silva cumpre terceiro mandato na presidência brasileira desde 1 de Janeiro de 2023;
Luiz Inácio Lula da Silva cumpre terceiro mandato na presidência brasileira desde 1 de Janeiro de 2023; REUTERS - ADRIANO MACHADO
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O antigo líder sindicalista, que tinha estado no poder, numa primeira fase, entre 2003 e 2011, prometia uma ruptura com a era de Jair Bolsonaro, presidente cessante, da direita radical, que não conseguiu a sua reeleição.

Entre os desafios com os quais ele se debatia constavam a desflorestação da Amazónia ou o regresso do Brasil à arena diplomática mundial, sob o plano do multilateralismo.

Ainda antes da sua tomada de posse Lula em Outubro de 2023 tinha feito questão em marcar presença na COP27 de Sharm el Sheikh, no Egipto. Em Novembro de 2023 a desflorestação na Amazónia atingia o nível mais baixo desde 2015.

Na área internacional Lula passou o equivalente de dois meses no estrangeiro, desde o seu regresso ao poder. O que é símbolo do seu investimento diplomático, tornado-se numa espécie de porta-voz das potências emergentes.

A economia cresceu e a inflação baixou. 

Em testemunhos de brasileiros ouvidos no Rio de Janeiro por Sarah Cozzolino a RFI procurou auscultar a sociedade sobre se as fracturas deixadas pelas derradeiras eleições presidenciais tinham ou não sido ultrapassadas.

A começar por Leonardo que votou por Lula. A seu ver a reconciliação está no bom caminho.

"Agora parece que está todo o mundo voltando a se falar. E acho que as tensões se aliviaram. E acho que na rua também: a gente via as pessoas mais agressivas, todo o mundo assim com os nervos à flor da pele."

Já Daniel alega que embora as relações se tenham apaziguado algumas amizades acabaram de vez.

"Houve uma pessoa porque me afastei bastante de gente que pensava, assim muito diferente de mim. Principalmente aquele bolsonarismo muito, muito enraizado assim... de levar as coisas ao extremo, de "fake news."

Por seu lado Taís deplora as insuficiências do actual governo.

"Tudo tem aumentado bastante no Rio de Janeiro, aqui onde eu moro. A gente vê cada vez mais gente na rua, cada vez mais gente passando necessidades, a violência aumentando e a expectativa era que isso diminuísse um pouco."

Victor lembra que o presidente tem de lidar com uma câmara do parlamento, o Congresso, dominado pela direita.

"Talvez o bolsonarismo esteja mais fraco. Mas a direita, a direita que tem as mesmas ideias do Bolsonaro continua com força. Ela só está menos em evidência."

Testemunhos de brasileiros, a propósito de um ano da nova presidência de Lula da Silva.

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