UE inicia “diálogo estratégico” com o sector agrícola

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen lançou esta quinta-feira, 25 de Janeiro, um “diálogo estratégico” com o sector agrícola, destinado a "despolarizar" o debate em torno da transição ecológica e em plena contestação dos agricultores europeus.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. AFP - FREDERICK FLORIN

Cerca de trinta representantes de organizações do sector agrícolas, agro-alimentar, ambientais e peritos estão reunidos em Bruxelas para debater a transição ecológica. Em cima da mesa estão os rendimentos dos agricultores, a sustentabilidade das práticas agrícolas, a inovação e a competitividade.

Estas negociações acontecem em plena contestação. Em França, os agricultores cortaram as principais estradas, nos últimos dias, em protesto contra a regulamentação ambiental do governo e o aumento dos custos da energia.

Manifestações semelhantes tiveram lugar na Roménia e na Alemanha, onde os agricultores exigem impostos mais baixos e subsídios mais justos. Na Polónia, centenas de agricultores bloquearam mais de 160 estradas em todo o país para denunciar as importações “descontroladas” de produtos agro-alimentares ucranianos e apelaram a uma revisão da Política Agrícola Comum que reforça, drasticamente, as obrigações ambientais.

Os acordos de livre comércio com países de outras regiões tamhém são alvo de crítica devido à importação de bens mais baratos, alegadamente com regras de produção menos estritas.

A presidente da Comissão Europeia está convencida que esta crise pode ser resolvida através do diálogo, sublinhando que é preciso encontrar uma solução comum, mas os agricultores querem respostas concretas para um mercado cada dia mais competitivo.

Ursula von der Leyen admite que os agricultores são a parte mais vulnerável, acrescentando que o objectivo é apoiar os meios para garantir a segurança alimentar da Europa.

"Os objectivos colectivos do +Green Deal+ existem. E mesmo não estado sempre de acordo sobre estas questões, concordamos que os desafios são crescentes, que se trata da concorrência estrangeira, de mais -regulamentação a nível nacional, alterações climáticas ou perda de biodiversidade", lembrou von der Leyen.

Os debates decorrem até ao final do verão para preparar terreno para a Comissão e Desenvolvimento da próxima Política Agrícola Comum, a partir de 2028.