Aliança Democrática ganha por pouco e Chega consegue eleger 48 deputados

Em Portugal, os resultados eleitorais estão quase fechados e a Aliança Democrática tem uma leve vantagem sobre o Partido Socialista, tendo conseguido eleger 79 deputados. O Chega conseguiu eleger 48 deputados, dizendo ter acabado com o bipartidarismo em Portugal.

A Aliança Democrática ganhou com uma margem muito curta face ao Partido Socialista. LUSA - TIAGO PETINGA

A noite eleitoral em Portugal foi longa e a Aliança Democrática, que inclui o PSD, o CDS e o PPM ganhou com uma vantagem de dois deputados face ao PS. O líder desta coligação de direita, Luís Montengro, disse estar pronto para formar Governo no seu discurso de vitória.

Com o PS a ter conseguido eleger apenas 77 deputados e com uma diferença percentual de menos 1%, um entendimento de bloco central parece fora de questão, já que Pedro Nuno Santos, líder socialista, disse que o seu partido será oposição.

Já o Chega, partido de extrema-direita, quadriplicou o número de deputados nas últimas eleições, conseguindo obter 48 lugares e tornando-se uma peça muito importante na Assembleia da República, rompendo com o bipartidarismo como disse o seu líder André Ventura.

As contas agora para atingir uma estabilidade política são complicadas num país mais habituado a maiorias absolutas que a entendimentos políticos. Desde já falta apurar os votos de todos os portugueses residentes no estrangeiro e que elegem quatro deputados.

Depois, saber se a Aliança Democrática estaria disposta a entrar numa coligação ou entendimento parlamentar com o Chega, único garante de uma maioria absoluta já que a Iniciativa Liberal, com oito deputados, não é suficiente para assegurar a estabilidade política à direita.

À esquerda, o Livre de Rui Tavares consegue eleger quatro deputados, formando assim pela primeira vez um grupo político. O Bloco de Esquerda cresce em termos de votos face a 2022 sob a liderança de Mariana Mortágua e o Partido Comunista não desaparece, como muitos anunciavam, mas perdeu dois deputados.

A abstenção ficou nos valores mais baixo desde 1995, com apenas 33,8% dos eleitores a escolherem não votar.