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Moçambique: Insegurança impede arranque de recenseamento em Quissanga

O recenseamento para as eleições gerais em Moçambique ainda não arrancou no distrito de Quissanga, na província de Cabo Delgado, no norte do país. Em causa, a insegurança provocada pela acção de grupos armados, de acordo com o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral.

Eleições Autárquicas de Moçambique, 11 de Outubro de 2023.
Eleições Autárquicas de Moçambique, 11 de Outubro de 2023. © LUSA - LUÍSA NHANTUMBO
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Este sábado, a porta-voz do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Regina Matsinhe, afirmou que o recenseamento para as eleições gerais ainda não arrancou no distrito de Quissanga.

“Em Quissanga, o recenseamento eleitoral ainda não começou porque ainda não conseguimos colocar as brigadas lá”, afirmou Regina Matsinhe, em declarações à emissora pública Rádio Moçambique.

A responsável acrescentou que o distrito de Quissanga é o único na província de Cabo Delgado onde o recenseamento eleitoral ainda não arrancou. De recordar que a província enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Depois de uma ligeira acalmia em 2023, os ataques regressaram nas últimas semanas, provocando cerca de 100 mil deslocados só em Fevereiro.

Até agora, foram recenseados 32,88%, ou seja, mais de 2,4 milhões de votantes,  dos cerca de 7,7 milhões de eleitores previstos para as eleições gerais de 9 de Outubro.

Este sábado também arrancou o registo de cidadãos moçambicanos residentes no estrangeiro, prevendo-se atingir cerca de dois milhões de eleitores.

O recenseamento eleitoral começou a 15 de Março e vai decorrer até 28 de Abril. Há 9.165 postos de recenseamento e 6.330 brigadas.

As eleições gerais de 9 de Outubro incluem as presidenciais, às quais já não pode concorrer o actual chefe de Estado e líder da Frelimo, Filipe Nyusi, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.

 

ONG alerta contra saída da Missão Militar da África Austral de Cabo Delgado

A ONG Centro para a Democracia e Direitos Humanos alertou, este domingo, em comunicado, que a saída da Missão Militar da África Austral da província de Cabo Delgado vai “enfraquecer a capacidade de luta contra o terrorismo e extremismo violento”.

“É um erro estratégico do Governo de Moçambique, dos países da SADC e dos parceiros de cooperação que deixaram de financiar a missão, o que vai dar mais campo de acção aos terroristas e enfraquecer a capacidade de luta contra o terrorismo e extremismo violento”, lê-se no comunicado citado pela agência Lusa.

A 23 de Março, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, disse que a missão vai abandonar o país devido a limitações financeiras.

Entretanto, cerca de 5.000 pessoas estão sem serviços de saúde no distrito de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. O centro de saúde e a casa do enfermeiro, no posto administrativo de Mbau, não escaparam as acções terroristas. Os serviços de saúde estão a ser assegurados por agentes polivalentes e brigadas móveis com sérios constrangimentos, declarou o administrador do distrito de Mocímboa da Praia, Sérgio Cipriano.

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