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Moçambique

Consórcio eleitoral pede alargamento do prazo para recenseamento eleitoral

O consórcio de organizações da sociedade civil tem vindo a denunciar irregularidades e pede o alargamento do prazo para o recenseamento eleitoral em Moçambique.

STAE da cidade da Beira, em Moçambique.
STAE da cidade da Beira, em Moçambique. © https://www.facebook.com/SalaDaPaz/posts/stae-da-cidade-da-beira-entrevista-mais-de-4-mil-candidatos-para-menos-de-2-mil-/528779854530381/
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O Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” vai apresentar esta segunda-feira, 22 de Maio, em conferência de imprensa, "evidências e estatísticas para exigir a prorrogação do prazo do recenseamento eleitoral, previsto para dia 3 de Junho. Ainda há muitos moçambicanos que não se puderam recensear", denuncia o presidente do Consórcio Eleitoral "Mais Integridade", Edson Cortez.

O Consórcio composto por sete organizações da sociedade civil tem estado a observar no terreno o desenrolar do recenseamento eleitoral desde o dia 20 de Abril e aponta irregularidades no processo, que podem colocar em causa a transparência e a integridade das eleições.

"As denúncias estão a ser reportadas pelos observadores do Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” e pelos observadores do CIP no terreno, em todos os municípios, estão a reportar a existência de diferentes formas de tentar dificultar o recenseamento de eleitores. Temos reparado que existem eleitores de zonas não municipalizadas que não teriam o direito a recensear-se para estas eleições", conta Edson Cortez.

"Estas irregularidades acontecem sobretudo em áreas onde a frelimo, o partido no poder, sente que não tem grande popularidade e teme perder as eleições. Faz tudo para que os eleitores registados sejam eleitores alinhados com este partido. Reparámos que há dificuldades imensas na operacionalização das máquinas em províncias ou em municípios que são predominantemente da oposição, em detrimento de províncias como Gaza ou Manica, onde as taxas de recenseamento são mais altas", descreve o director do Centro de Integridade Publica (CIP).

O presidente do Consórcio Eleitoral "Mais Integridade" esteve recentemente em Pemba, como observador, descreve filas de espera intermináveis. "Falei com uma senhora que estava com o seu bebé, de um ou dois anos. A senhora tinha chegado às três da manhã. Falei com ela às 15h20 e ainda não se tinha sido recenseada, apesar de trazer uma criança e de fazer parte do grupo prioritário. Por vezes, as máquinas não funcionam e há cenários para dificultar a vida dos cidadãos", aponta.

A CNE garantiu enviar membros e técnicos centrais do STAE a todas as províncias durante dez dias para fiscalizar o processo de recenseamento eleitoral, decidiu alargar o horário do recenseamento de duas horas, entre as 7 e as 17 horas. O STAE decidiu, ainda, distribuir mais computadores nas províncias mais críticas em termos de número de eleitores recenseados, nomeadamente Sofala, Zambézia, Nampula, Niassa e Tete.

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