França: Estudantes pró-palestina apelam à intensificação da mobilização
Em Paris, a polícia interveio na Sorbonne para retirar estudantes pró-palestina que tinham instalado tendas dentro do átrio da Universidade. A região de Île-de-France anunciou a "suspensão" do financiamento para a Sciences Po Paris, um montante de um milhão de euros "previsto para 2024".
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Em Paris, a polícia interveio, na segunda-feira, 29 de Abril, na Sorbonne para retirar estudantes pró-palestinianos que tinham instalado tendas dentro do átrio da Universidade.
Depois da Universidade Sciences-Po Paris, foi a vez da Sorbonne. A polícia interveio esta segunda-feira, 29 de Abril à tarde, na famosa universidade parisiense para desmobilizar os estudantes que se manifestavam em prol da causa palestiniana e que tinham instalado tendas no interior do estabelecimento.
Cerca de cinquenta manifestantes foram conduzidos para fora dos edifícios históricos da Sorbonne, no Quartier Latin, e depois afastados em grupos, acompanhados pelas forças policiais.
Alguns estudantes declararam à AFP que a operação policial foi “brutal, com uma dezena de pessoas arrastadas pelo chão” e sem detenções.
A polícia, por seu lado, descreveu a operação como "uma operação que durou apenas alguns minutos" e que "decorreu calmamente, sem incidentes".
Segundo a sua entourage, o primeiro-ministro Gabriel Attal "pediu que a Sorbonne fosse evacuada rapidamente", como "já tinha pedido para a Sciences Po na sexta-feira".
A região de Île-de-France anunciou a "suspensão" do financiamento para a Sciences Po Paris, um montante de um milhão de euros "previsto para 2024 no âmbito do CPER (contrato plano Estado-região)", informou a sua presidente, Valérie Pécresse.
As intervenções policiais na Sorbonne, local altamente simbólico das revoltas estudantis francesas, são raras.
O executivo quer evitar que o movimento americano se propague em França. "Não haverá direito ao bloqueio, não haverá tolerância com a acção de uma minoria activa e perigosa que procura impor as suas regras aos nossos estudantes e professores", afirmou o primeiro-ministro Gabriel Attal, este fim-de-semana.
Por outro lado, a oposição de esquerda radical, acusada pelo executivo e pela direita de atiçar a contestação, espera que as mobilizações por Gaza "ganhem força" nas universidades. O sindicato estudantil USL (Union Syndicale Lycéenne) convocou os estudantes do ensino médio para a "mobilização nas instituições por um cessar-fogo na Faixa de Gaza, o reconhecimento do Estado palestiniano e o fim da colonização".
Este fim-de-semana, sindicatos de estudantes - UNEF e Union Étudiante - apelaram à intensificação "a partir de segunda-feira da mobilização nos locais de estudo". A organização de juventude favorável à mobilização pró-palestiniana esbarra agora com a intransigência do Governo, que não quer que o movimento iniciado nos Estados Unidos se propague em França.
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